sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
A Morte da Rainha de Copas ou o Conto da Mega Sena
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Platônica
Ainda assim, com toda a realidade a berrar-lhe nos ouvidos que ela não tinha a menor chance, enamorou-se dele. Amor de um lado só. Seu temperamento irritado e inconstante deu lugar a uma calorosidade (se é que essa palavra existe) que derreteria até as calotas polares e uma receptividade tão grande que nem o Grande Gatsby a barraria como anfitriã. E, era assim, abrindo os salões de baile de seu coração que ela aguardava os sinais da presença de seu menino.
Uma carta, um bilhete, um e-mail, um almoço, um happy hour, uma palavra...Ia alimentando-se de esperança...Ia fazendo fotossíntese com a luz do amor imaginário que ela inventara para fugir da realidade. Certa feita, em uma conversa informal que os dois divertidamente mantinham antes de adentrarem em um bar, ele disse que havia sonhado com ela, e que seus familiares ouviram chamar-lhe pelo seu nome. Neste dia, a razão fora passear enquanto o coração tentava arrumar a casa. Sentaram-se em um bar nas proximidades da loja de discos em que trabalhavam, e enquanto ele falava, ela o observava com uma vontade barbara de beija-lo...Seus cílios compridos, a risada fácil, a inteligencia previlegiada, a empatia compartihada em idéias e na presença reconfortante que sempre a enternecia.
Enquanto ele ia ao toalete, a razão retornara se seu passeio, e foi colocar o coração no seu devido lugar. Quando ele retornou, havia uma notinha escrita em um guardanapo dizendodizendo :
"Querido,
Me sinto ridícula em te dizer, mas adoro-te.
Penso em esses seus olhinhos quase o tempo inteiro e, quando não sei de ti, abre-se uma lacuna em minha vida. Mas, acredito que esta ficará sem o preenchimento da palavra necessária para dar sentido a frase, por muito tempo...
Pelos gostos que tens e as mulheres que possuistes, dentre todas seria a última opção. Primeiro, pela idade, segundo pela forma, e terceiro jamais burlaria as regras de tua vaidade.
Peço que em perdoe, mas sendo tu o que és, já me cativaste. E sendo assim, preciso te esquecer antes que isso vire uma norme balburdia em minha mente.
Pediu demissão da loja, pegou sua mochila e foi viajar.
Precisava completar a lacuna com uma palavra que o amor não lhe dava, aliás nunca lhe dera.
O amor a aprisionava, então estava disposta a substituir por uma palavra diferente : Liberdade. No momento, além do seu vício se sonhar seria a que faria mais sentido do que àquela que sempre a governara : platônica.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
O conforto do recanto da imaginação de Poliana
Se a solidão me assola, vejo o amor chegar em um olhar cativante de um verdadeiro cavalheiro a mostrar sua cumplicidade em meu viver;
Se o silêncio se faz, em um salão majestoso em um segundo todos os meus amigos riem e brincam realizando e comemorando a grande cerimônia da vida;
Se meus sonhos demoram a se realizar, passo um filme em que cada etapa do processo se dê, até que de imaginação eles possam tornar-se força de vontade para que se concretizem.
Se meu rosto não possui o viço de antes, preço a ajuda a menina que vibra em mim e sei que sou muito jovem ainda.
Se um amor do passado vem trazer a saudade, imagino-me em outros braços e esse moço será aquele que me ofertará seu coração e uma vida de felicidade a ser partilhada.
Se meu ânimo não dá asas a meu coração para influenciar minha imaginação, a ajudo com um bom livro ou um bom filme que traga -me de volta a alegria de brincar de viver;
E, se finalmente tudo isso falhar...Resta-me olhar firmemente nos rostos daqueles me me amam verdadeiramente, e que confiam que eu possa realizar qualquer coisa, e penetrando nesse sonho dos meus amados de fé, reencontro a imginação perdida, para recomeçar o jogo doce de Poliana, e sempre com satisfação, a vida levar.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Amo-te, apesar de ...
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Miopia
Mergulhou de roupa no mar... Precisa limpar a sua alma de tantos mal tratos que se submetera ao longo de 10 anos.
Quando não tomamos decisões relevantes para a melhorada qualidade da nossa existência, a vida faz com que voltemos ao ponto primordial de nossas questões.
Havia empregado sua energia, alma e amor em um trabalho em que poucas pessoas a viam como realmente era, além de relacionamentos tortuosos e ilusórios em busca de um grande amor. A família sempre a viu como um ser frágil. 34 anos de foco errado. Míope, completamente míope. Miopia na alma e nos olhos. Nunca enxergara o brilho, o glamour, a força, garra, a força daquela mulher que a vista de todos os seus amigos era muito interessante. Só os amigos, os do peito, verdadeiros, sabiam quem ela era.
No dia 19 de setembro o primeiro ciclo de "maus tratos" havia sido rompido, data mística. Há anos atrás havia se convertido ao Budismo nesta mesma data. Sabia que não havia sido por acaso. Então, a próxima questão seria encontrar o seu eixo, a sua elipse onde a estrela pulsante de seu nobre caráter pudesse retornar a sua casa planetária.
"Brilhe a vossa luz" era a frase do seu momento, e assim, sentindo-se nua no calçadão da avenida principal de sua vida, pos-se a buscar.
Dia 19 de setembro, o mar, a vida nova invadindo a sua vida velha com reboliço. Um tsunami.
As pessoas a olhavam com estranheza, toda molhada de roupa na praia. "Foda-se" - pensou. "Isso era o que tinha que ter gritado para todos aqueles que tinham tratado seus melhores sentimentos com a irresponsabilidade, frieza e loucura de Nero, que se pos a colocar fogo em Roma, achando que estava fazendo um prato flambado."
Chegou em casa e contou a família o ocorrido, a mãe a apoiou temporariamente, pois visava a sua indenização lhe pediria emprestado uma boa quantia, o pai lhe questionou sobre sua competência e que "besteiras" havia feito para que fosse demitida, e a irmã, em um surto histérico, ficou de melindres porque uma filha desempregada, iria onerar o pai, que a sustentava apesar dos 29 anos e nenhum trabalho relevante, e tirar-lhe-ia a vida literalmente de filhinha de papai.
Deitou na cama, trancou a porta do seu quarto, arrumou as malas e dormiu um sono pesado profundo como se durante todo esse tempo de sua vida, não houvesse descansado verdadeiramente.
Foi uma balburdia, quando na manhã seguinte, encontraram um bilhete juntamente com os óculos que usara a vida inteira. No bilhete estava escrito :
"Nada do que tentei deu certo.
Amar de todo o coração
Trabalhar com a força de 10 elefantes
Doar-me com pureza
Viverei para mim mesma
Viverei para a minha cura
A visão do mundo perfeita
Sem embaços
Não sei por onde vou recomeçar
Vou mergulhar na vida
Não vou represar a água do conhecimento do mundo
Represei a liberdade de meu espírito, ouvindo a todos
Ouvindo sempre que eu não era boa o suficiente
Enchi meus ouvidos de merda
Só ouço a mim a partir de hoje...
Não me esperem, porque eu não vou esperar,
Vou conquistar algo que ainda não sei o que é,
Mas, tenho uma breve desconfiança do que seja ... e é extraordinário
Se esqueçam de mim, porque não me lembrarei de vcs"
Foi para o mundo e nunca mais necessitou de exames de vista.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
A Dor Extinta
Todo o ser humano experimenta a dor em algum momento da vida. Seja ela dor física ou espiritual, todos passamos por isso, algum dia. Não somos diferentes, mas tanto a dor quanto a felicidade tem hora e dia para acabar, só que o grande mistério, para o findar de ambas, é quando tempo elas irão durar.
Ela estava acostumada a sentir um peso no peito. É a lacuna da morte que o amor deixa quando se vai. O amor é sinônimo de vida. Nada consegue preencher esse vazio.
Sabemos, que tudo na vida tem seu tempo para findar. E, foi num dia comum como qualquer outro, que ela fora surpreendida...
Ela iria almoçar às 13:00, procurou seus óculos escuros na bolsa e preparava-se para sair do prédio, quando aquele que havia despertado tanto amor e paixão passou na sua frente.
Ela acalentava o pensamento que após um término de relação, e este tivesse caráter definitivo, o universo conspiraria para repelir o encontro de ex-amantes.
Sabia que o dia em que o visse, iria cair dura e tisga. Afinal, tanta intensidade não podia dar em nada. Pelo menos aquele frio na barriga e o tremor nas pernas teriam de se manifestar.
Do outro lado da rua passara alguém que lhe era familiar, apenas tentava lembrar de quem era aquele rosto. Foi quando, como um pop-up, em sua tela mental estampou a imagem do homem, que lhe tirara o sono durante várias noites, se revelou. Tomou um susto. Te-lo visto, foi o menor dos seus problemas, mas o que sentiu deixou a pasma. O frenesi de dor e mágoa acabara. Ficou estupefata repetindo..."Meu Deus, Meu Deus...passou". A dor se extinguira, o vazio desaparecera, a visão de que ele era um homem mais que perfeito e ela uma vilã de novela terminara....Nada...Apenas o som da Rua da Assembléia e seu burburinho na hora do almoço e um belo dia de inverno.
Acomodou seu óculos escuros, colocou o seu i pod - "Abra seus armários, que eu estou a te esperar" tocava, abriu um sorriso, olhou o céu azul com o sol de inverno e, sem demora mergulhou na vida.
Ela se bastou.
domingo, 17 de agosto de 2008
Fragmento de um momento
Margarida passeava pelos jardins, colhendo energia e deixando a raiva de uma vida mal vivida. Na bolsa um celular e espaço sobrando para a solidão de tantos anos, mais ainda assim, não podia ocupar este espaço com distrações mundanas. Sabia que havia chegado a um momento crucial, não podia a cultivar a infelicidade como o Pequeno Príncipe cultivara a sua rosa. Era necessário mudar. Varrer a "sujeira de baixo do tapete". Enquanto escrevia em seu diário, as mudanças que gostaria de implementar pousou por questões de segundos uma borboleta, vôou um palmo a sua frente e saiu voando liberta pelos espaços dos jardins. Fechou seu caderno, e pareceu mais divertido seguir essa borboletinha graciosa do que queimar os neurônios com algo que, no momento, não teria como resolver tudo de uma vez, como era normal de sua personalidade imediatista.
Cruzou aqueles jardins enormes e centenários, nesse jogo de esconde esconde, entre plantas, arvores, arbustos, flores...e, foi em uma Vitória Régia que ela pousou. Margarida, extasiada, olhava a vitória régia e a borboleta, quando avistou seu próprio reflexo naquele lago. Olhou ainda, mais uma vez para a borboleta, e quando olhou novamente para seu reflexo, notou quando a imagem de um homem fez companhia ao seu rosto estampado na superfície. Observaram mutuamente as suas imagens refletidas e sorriram... Cumplicidade instantânea.
"Bonita borboleta, não ?" - Ele pergunta
"Sim, eu a estava seguindo" - Margarida respondeu.
"Sim, eu sei...Eu sei..." - Respondeu, sorrindo para Margarida.
"É impressionante, quando o seu foco muda, boas surpresas sempre surgem" - pensou Margarida sorrindo para aquele estranho.
- Café ? Vc gosta ...? - Perguntou ele
- Adoro...- Respondeu.
E, esse fragmento de um momento, durou até o fim da tarde de sol, onde os dois foram expulsos dos café do jardins pelos mosquitos e pelos donos do café.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Outros Olhos
Grande poesia
Suspiro
Cansaço
Detalhes entre nós
Palavras, sempre meias palavras
Nunca o conteúdo esperado
Diga-me o significado do por do sol
Se para ti ele não brilha
Do que vale acreditar ?
Porque nas noites em que durmo pouco
E por pouco, não me desespero
Aguardando alguém melhor
Algo melhor
Penso no alivio do porvir
Tal qual como sonho
que realiza-se após grande batalha
Vivo do futuro
E isso, me consome...
O que consome sua alma ?
Deixa-me entrar
No seu mundo
Encoberto pela descrença
E, quem sabe
Vendo o mundo com meu coração
Possas finalmente enxergar
Que todas as coisas são um milagre.
domingo, 3 de agosto de 2008
Verdadeira Identidade
Necessito acreditar em estórias de amor improváveis;
Onde ao final os meios justifiquem o fim.
Eu não sei se entenderás as imperfeições impressas em minhas ações,
Que se deixa levar pelo poder, pelo paixão, pelo desejo, pela raiva, pelo ódio
para que os meios justiquem o fim.
Eu não sei se entenderás que eu compreendo todas as teorias
mas, não possuo a força de vontade necessária para coloca-las em prática, mas se eu me apaixonar, condição necessária, enfrentarei os piores fatos, as piores verdades para seguir esse pulsante, brilhante, e incandescente este orgão que me guia...
E uma vez atingido, o cinza de meu temperamento ranzinza, meu coráter duvidoso, vai se cercar de "uma existencia superiormente interessante" para decompor me em maravilha, prisma de sete cores, trazer ao meu sorriso a verdadeira identidade que possui, e verás no centro do meu peito a luz da alma que habita em mim.
Identifica-me...
Guia-me...
Reconheça-me...