segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A Maldita

Não posso afirmar categoricamente quando os fatos começaram a se apresentar suscintamente estranhos. Na verdade é uma estranheza apenas reconhecida por mim, ou pela doença que me acomete cada vez que ele sai de meu domínio. Ele chora como um homem personagem de um filme de Almodovar, e se já viu o filme que menciono, sabe que o choro sentido é de algo perdido que não retorna mais. O choro não é por mim. 

A falta e exclusividade dos amores perdidos no caminho, as ilusões de promessas erdidas, as noites tórridas que não são mais intermináveis, a ruptura e o fim. 



E, a maldita que chegou antes de mim, tatuou na alma dele uma marca invisível que se revela para mim, em momentos como os de choro, aqueles que não concretizou porque o amor foi interrompido no auge da paixão. Que ele sai do ar do meu dominio, do meu coração e entra em universo que não faço mais parte.



A tristeza é descobrir que no coração de todo o homem existe um cemitério onde jazem as paixões inacabadas que nenhuma outra mulher atingirá. 


Eu sou uma boa mulher, oferecendo um coração genuíno que não será reconhecido. Oferecendo uma vida que não poderá completa-lo. Certa feita, comentou comigo que só se sabe que esta perdidamente apaixonado quando o outro vai embora. Será que terei que ir para que ele se dê conta ?


Sei que tambem sou maldita no coração de algm homem. Será que esse ciclo de morte e infelicidade tera fim ?