quinta-feira, 3 de junho de 2010

Escrevi, mas não mandei...



Acreditei durante toda a vida que em uma relação cabia a fantasia, o final feliz e talvez ser um conto de fada. Acreditava na causualidade da vida. Acreditava na magia dos momentos. Na verdade, sucumbimos ao peso da realidade, da verdade, dos defeitos e de nossa própria hipocrisia. Fomos dominadores. E, nos magoamos até a exaustão. O encerramento de todos os fatos e fantasias foi doloroso mas terno. Gostaría de ter ficado com essa recordação, mas a realidade é sempre a realidade. Me espantou após uma semana receber a sua ligação, para dizer que na verdade não me amava e se sentia mais livre e tranqüilo. Liberdade e crueldade são conceitos diferentes, e como ainda possui pouco tempo neste terreno afetivo, quem sabe um dia, compreendes a diferença entre uma e outra.


Confesso alguns momentos ainda me trazem saudade. Momentos em que a possibilidade do encantamento nos trazia esperança. Dia 12 de Julho, as escadas do ensaio para inauguração do Municipal e as conversas de olho no olho antes de dormir, pequenas promessas de amor, imaginação de um futuro bom, Postcards From Italy e cócegas. Mas, essa é a forma como eu fantasio para fugir da realidade. Porque eu queria muito que fosse diferente. Na vida não cabe a fantasia, temos que analisar os fatos como se apresentam. Assim como não se toleram os chatos, não creio que caiba qualquer continuidade em nossos caminhos. Você não me tolera por minha exigencia e eu não o tolero pela sua crueldade. Não posso aceitar uma amizade, de quem me tratou com isenção de qualquer sofrimento que eu por ventura pudesse apresentar naquela ocasião. Este é um outro conceito que creio que o tempo lhe ensinará : Amizade – que assim como o amor que vc não soube identificar - não faz parte do seu vocabulário e tão pouco se seu coração. Amar não é ouvir sininhos, correr pela pradaria...E ver que na realidade, no companheirismo, na cumplicidade ainda conseguimos enxergar algum tipo de encantamento.

Seja feliz, não me procure mais, ainda que indiretamente. Guardo boas recordações do parte boa do que vivemos, mas ao colocar tudo na balança do destino, a sua crueldade pesou mais.

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